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Existe amor em SP?

  • calmaeumeperdiaqui
  • 14 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

Quando eu me mudei para São Paulo, uma das coisas que mais me impressionou foi a quantidade de morador de rua. Algo normal, mas que não deveria ser, dos grandes centros urbanos.

Diariamente, vejo nos passeios camas improvisadas com cobertores e papelões. Uma vez, andando pela cidade havia um cara ajoelhado pedindo um trocado aos pedestres. Até que um amigo meu soltou uma frase que me fez ficar em silêncio naquele momento e me marcou; ''Esse tipo de cena (do homem ajoelhado pedindo dinheiro) é uma violência. Para gente que vê e para ele que está naquela situação.''

Eu nunca tinha pensando na desigualdade como uma forma violência e depois que presenciei mais cenas desse tipo comecei a enxergar tudo isso com esse olhar. Uma mistura de tristeza e incômodo.

Há um mês ou dois meses, fui numa peça da Taís Araújo e Lázaro Ramos, que fala sobre Martin Luther King e racismo (contando bem RESUMIDAMENTE sobre o que a história, viu, gente?). No final da apresentação, os atores bateram o papo com o público e discutirem sobre diversos temas, entre elas o 'passar o bastão'. Passar o bastão seria mais ou menos: por qual causa você batalha e o que cada um de nós deixa de herança para o mundo?

Aí no meio desse papo todo, a Taís falou algo que me deixou pensativo: ''o racismo, o machismo, a homofobia, a pobreza e o morador de rua são problemas meus. São de cada cidadão'', ela disse. Eu, pelo menos acho, sei como contribuir um pouco por cada exemplo que a Taís deu, mas quando vejo o morador de rua me sinto impotente. O meu trocado que dou naquele momento não vai faze-lo melhorar de vida, apenas dar um conformo momentâneo. O que podemos fazer para ajudar neste quesito? É o que eu ando pensando.

E eu contei esse lenga lenga todo aí em cima para chegar neste ponto a seguir: vejo muito morador de rua com os seus cachorros de estimação. E muita vezes eles dão mais ''privilégios'' aos seus animais de estimação do que pra eles próprios. Eles não possuem nada, mas a tem a companhia dos seus bichos.

Não existe amor humano em SP.

Mas amor canino tá tendo demais.

 
 
 

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Calma, eu me perdi aqui © 2016 por Ramon Cotta 

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