Amor canino
Um dos ensinamentos mais fortes que minha mãe me ensinou foi o amor aos bichos.
Lembro, desde pequenino, ver minha mãe sempre carinhosa com nossos cachorros, cuidando dos gatinhos que apareciam pelo muro ou com um passarinho ferido na mão tentando salvá-lo da morte.
Recordo também da nossa maritaca que, religiosamente, na hora do almoço, ia perto dela e berrava (literalmente) por um angu quentinho que minha mãe sempre preparava especialmente para ela, todos os dias.
Hoje, ao acordar com uma mensagem da minha mãe dizendo que Maya, a viralatinha que adotamos, foi encontrada morta, todas essas lembranças vieram na minha cabeça.
Todos os bichinhos que já passaram pelas nossas casas e vidas - Xuxa, Suzi, Babi, Florzinha, Lucky e entre outros - ressurgiram no meu pensamento.
Maya, a vira lata que me escolheu no dia 23 de maio de 2009, em um sábado à noite, quando eu retornava para casa.
Resgatei com a intenção de ser um cão de guarda para casa, mas ela tinha medo. Muito medo. Medrosa, mas logo em seguida descobri de onde vinha essa desconfiança dos humanos.
Um dia, ao levá-la numa consulta médica, uma protetora de animal a reconheceu e me contou a sua história.
Maya tinha sido adotada e devolvida logo depois. O novo dono ao chegar bêbado, frequentemente batia nela com vassoura. O filho do homem, com pena da Maya, decidiu devolvê-la e, como não tinha mais lugar no canil municipal, Maya voltou para as ruas e assim nos encontramos.
E criamos laços e amor.
E, hoje, Maya se foi. Do jeito que era, silenciosa e sem dar nenhum trabalho.
Li uma vez que o maior ensinamento que os pais podem dar aos filhos é o ensinamento do amor.
E isso, meus pais me ensinaram.
Especialmente, minha mãe que sempre com ações mostrou respeito aos animais e me apresentou ao amor mais genuíno e generoso que possa existir.
Para minha mãe, Maya e Florzinha, outra cachorrinha que nos deixou este ano, meu eterno amor e gratidão por me ensinar a amar os animais. ♥️
