A lição da Power Ranger amarela
- Ramon Cotta
- 19 de dez. de 2016
- 2 min de leitura

4 constatações e 1 lembrança que eu cheguei ao sair para comprar presentes para crianças:
1) os brinquedos são todos padronizados. Princesa, muita cor rosa e utensílios de cozinha para as meninas. Para os meninos, carrinhos, super heróis e monstros.
2) Não tem representatividade. As bonecas (em sua grande maioria) são todas brancas, magras e loiras. A única boneca negra que encontrei, a função dela é que ela parava de chorar ao colocar o dedo da mão ou do pé na boca (???). Juro!
3) Culpa. Muita culpa. Assim me sinto. Carrego o discurso de um mundo mais plural, que as crianças podem brincar com o que elas querem, mas seja por falta de opção ou medo de ousar, a gente acaba caindo no pensamento comum e opta pelos brinquedos mais práticos. Me odeio!
4) Saio para comprar brinquedos e fico apaixonado por uns bonecos e quero tudo para mim. Não é à toa que a filha de uma amiga fala que gosta de mim porque sou um adulto que parece criança.
1 lembrança:
Minha mãe não deve nem lembrar desta história, mas a minha memória resgatou uma lembrança. Quando eu era mais novo, não lembro a idade. Só sei que eu já estava na escolinha e tinha menos de 8 anos. Ia ter festa a fantasia e eu queria ir de Power Ranger. Aí minha mãe, sem saber, coitada, comprou o uniforme da cor amarela. E todo mundo sabe (ou pelo menos todo fã de Power Ranger) que era uma garota que usava o uniforme amarelo. Na hora que eu vi, briguei com a minha mãe e disse que como eu iria assim para escola. Olha como o discurso preconceituoso é pregado até na criança. E lembro que minha mãe olhou para mim com toda calma do mundo e falou: - Diz que você é um power ranger menino que usa amarelo e não tem problema nenhum nisso. Pronto. <3

























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