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As borboletas e o RJ

  • Ramon Cotta
  • 13 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Distorção cognitiva: aprendi essa palavra na teoria e na prática, sentado na areia da praia, no Rio de Janeiro.

Na teoria, foi uma amiga me contando que está fazendo uma terapia que aplica esse termo. Distorções cognitivas são pensamentos exagerados. Consiste em transformar aspectos negativos como centro de nossa atenção. Por exemplo, um conhecido na rua te viu e não cumprimentou. Você pode interpretar isso de todas as formas e a partir daí sua mente já pira nos 220. Minha amiga até contou que um dos exercícios é anotar em um caderno o que a tira do sério no cotidiano e como ela lida com aquilo.

Esse foi o aprendizado na teoria. Em seguida, veio a prática. Ali, no mesmo lugar e na mesma areia que eu tinha aprendido o que era a tal distorção cognitiva.

Estava eu tomando um sol na praia até que percebi que eu tinha sido furtado. Levaram meu celular. Desconfio que foi um catador de latinha que, segundos antes, eu o tinha visto pegando as cervejas perto da minha mochila e até tinha soltado um sorriso para ele. Depois, me toquei que ele me olhou com aquela cara de tipo "soltei um peido, fez barulho, será que alguém ouviu?" e quando fui olhar o celular já tinha dado adeus.

Naquele momento eu tinha como opção: Xingar; Chorar; Ir embora e acabar a viagem; Ignorar, seguir a vida.

Pensei ou cheguei perto de todas essas possibilidades, mas optei pela última opção. Celular novo a gente se vira pra comprar depois, divide em 12 parcelas, dá um jeito. A vida continua. É apenas um bem material.

Na minha frente tinha um pôr do sol maravilhoso, um mar lindo, uma paisagem abençoada, companhias fantásticas e uma caipivodka muito gostosa da barraca do Abelha, que fica em Ipanema (#FicaADica).

Eu sei que celular roubado não é nada perto de uma separação amorosa, da morte de alguém querido, do fim de um emprego ou de um fracasso em um dos seus sonhos.

Mas a distorção cognitiva me ensinou que a vida para continuar boa depende de como a gente encara os fatos, as pessoas, o que ocorre ali, na hora, sem improviso. O olhar com ação e pensamento positivo mudam a realidade.

No final da viagem que poderia ter sido um desastre, peguei um motorista do uber que me pediu desculpa por eu ter sido roubado no Rj, elogiou os mineiros e me contou que trabalhava desde aos 13 anos. Até me falou que as borboletas são agressivas e eu fiquei meio em choque com essa informação.

Perdi um celular, mas aprendi sobre distorção cognitiva, sobre a vida das borboletas, renovei meus laços de amizade com pessoas bacanas, conheci as histórias dos outros e voltei com a bagagem cheia de risos e amor.

O lado bom existe e permanece. A vida é aquele limão e você o barman que tem o poder de transformá-lo em um deliciosa limonada. No meu caso, com um pouquinho de álcool também.

 
 
 

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Calma, eu me perdi aqui © 2016 por Ramon Cotta 

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