A falta segue
- Ramon Cotta
- 11 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Um dia desses, uma amiga me chamou para sair com a justificativa que precisava conversar.
Entre um drink e outro, ela me confessou que não estava bem. Que vivia com a falta de algo. E eu só a questionava:
- Você tá no emprego dos seus sonhos, ganha MUITO bem, tá namorando e mora junto com o seu amor. Tá tudo OK na vida profissional e amorosa. Eu queria tá no seu lugar. O que falta?
Ela não soube me responder com precisão. Reclamou algumas coisinhas ali e lá, debatemos sobre e chegamos a conclusão que aquelas reclamações tinham solução.
Mas ainda faltava algo para ela.
Ela disse que sentia falta da juventude e quando as responsabilidades não existiam.
Relembrei que quando ela e eu éramos universitários, o que a gente mais pedia era que a vida adulta e independente chegasse.
Ela disse que sente falta da vida de solteira e bate uma invejinha quando nós solteiros chegamos sempre com algum caso novo ou pessoa nova que conhecemos.
Eu respondi o que eu mais tem é gente que quer a estabilidade da vida amorosa que ela já tem.
Estavam ali, ela e eu.
E cada um sentindo falta de algo que o outro tem.
Ou já teve.
Ou um dia terá.
E viver é essa eterna sensação da falta.
Falta algo, sempre.
E aquela falta solucionada trará uma nova falta, que às vezes é algo que você já teve.
Eu sinto diversas faltas.
Mas não posso viver da falta de.
Sentir falta deve ser uma parte da vida que nos impulsiona, mas não o principal estado de espírito.
A vida segue.
Com ou sem amores.
Com ou sem sonhos realizados.
Com as ausências.
Com as saudades.
Com os fracassos.
Com a tristeza.
Mas segue.
E sejamos forte durante esta caminhada.
Assim eu espero.

























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