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Coisa de preto


O caso da Titi, filha do Gagliasso com a Gio Ewbank, mexeu bastante com geral e com razão.

Como uma mulher tem coragem de disparar ofensas racistas em cima de uma criança?

A Titi tem a mesma idade da minha sobrinha, 4 anos de idade. Elas vivem num lindo mundo encantado onde o mal só permanece nos vilões dos filmes da Disney. Ou Discovery Kids, pra ser mais atual.

Quem dera fosse assim.

Basta assistir as notícias na TV e ler os comentários de portais para ver que o mal é real e próximo.

A Titi é linda. Muita gente acha. Muita gente foi lá avisar os pais dela. Muita gente se posicionou contra a mulher racista. Muita gente mandou amor pra Titi. Isso é importante, super importante, mega importante.

Mas só isso não basta.

Quero que Titi cresça numa nova geração. Que o lápis cor de pele não seja sinônimo da cor bege. Que cabelo de preto não seja significado de cabelo ruim. Que buzinada de carro não seja coisa de preto, não é mesmo, William Waack?

Que ela aprenda nas escolas as histórias de heróis negros e heroínas negras que eu não tive a oportunidade de estudar. Para educação, a história do negro só se resume a escravidão.

Não basta a gente falar para Titi que ela é linda, que ela pode, que um mundo de amor espera por ela aqui. Não basta ela sentir. Ela precisa ver. Tem que ter representatividade no mercado, na rua, na mídia.

Quando a Deusa Viola Davis ganhou o Emmy de melhor atriz ela fez o seguinte discurso: “Na minha mente, eu vejo uma linha. E sobre essa linha eu vejo campos verdes, flores lindas e belas mulheres brancas com seus braços esticados para fora. Mas eu não consigo chegar lá. Eu não consigo superar essa linha. E deixe-me dizer uma coisa, a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem para os negros”.

E mais do que a representatividade, que nós brancos não deixemos o racismo proliferar.

Recordo de um caso de ex-colega de trabalho que bateu o carro. O outro motorista era negro. Ele fugiu. Ela não o xingou de covarde, filho da puta e sem vergonha. O xingamento foi: “tinha que ser preto. Ô raça. Não é preconceito.”

Eu silenciei, chocado com a declaração, mas silenciei. Naquele momento contribui com o racismo, de alguma forma. Fui um merda, sei.

Que nós continuemos evoluindo, juntos, que entendamos a importância das cotas raciais e da representatividade, e sejamos ativos não apenas contra o racismo, mas também machismo, homofobia e qualquer tipo de preconceito.

Titi, não se preocupe que um mundo lindo está em construção. Tenho fé! 🖤

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