Louca fé
- calmaeumeperdiaqui
- 8 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Fé é algo engraçado, com todo respeito.
Esses dias, fui a cachoeira com uma amiga e ela levou umas flores amarelas. Questionei o motivo e ela disse que era pra Oxum e me explicou todo o rolê: Oxum é um orixá feminino das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza.
O ritual dela era jogar as flores e fazer pedidos/agradecimentos a Oxum. Eu que não tô de bobeira e precisando de uma ajuda de todos os Deuses e Santos, pedi uma flor e fui lá ter o meu primeiro contato com este ritual. “Te conheço pouco, mas já te considero muito, Dona Oxum”, finalizei e joguei minhas flores.
Uma vez, minha mãe pediu para abrir todas as portas da casa porque os anjos estavam chegando. Ela recebeu uma dessas correntes que circulam no WhatsApp, que explicava toda a história e depois era preciso enviar a mensagem pra mais 3 pessoas.
Resumindo: três anjos ficaram lá em casa durante uma semana. Eu não vi, meus cachorros não viram, meu pai não viu, mas minha mãe tinha a certeza absoluta que eles estavam lá. Ela seguiu à risca o que o texto pedia: acendeu uma vela de 7 dias, separou uma flor branca e uma maça.
Na hora pensei que doideira, mano, mas vamos combinar: toda fé não é uma deliciosa e confortável forma de loucura?
Tenho uma outra amiga que é médium, tipo Chico Xavier. Sempre que eu a encontro é intrigante ouvir suas histórias, os seus casos e como sua mediunidade ajuda a si própria, a sua família e diversas pessoas. A religião espírita é algo que me encanta. Nela, não tem pecador e nem cidadão do bem x cidadão do mal. Nela, eu e vc estamos em um lindo processo de evolução. Todos juntos!
Têm aqueles também que não têm fé. Não sei se o certo é falar falta de fé, falta de religiosidade, falta de Deus, mas enfim, são os meus amigos ateus, que por sinal são as pessoas mais caridosas, com caráter e gentis que eu conheço. Eles me provam que acreditar em Deus não é sinônimo de bondade e nem de viagem marcada pro paraíso.
Uma vez, eu já escrevi que encontrei Deus em diversas formas, religiões, santos, pombas gira, centros, terreiros, igrejas e no meu próprio lar.
Fé, pra mim, é aquela gasolina que o carro precisa pra rodar. Mas, em que direção e como será esse trajeto depende do seu olhar, da sua empatia, da sua coragem, da sua vontade e do seu discernimento.
Como diz um pagodão aí, pra 2018 e pros outros anos pretendo seguir a frase: “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé”.
E com a fé, a gente segue pra enfrentar essa vida que não tem explicação porra nenhuma, pelo menos por agora.
Saravá, ano novo!

























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